MATÉRIAS

terça-feira, 25 de maio de 2010

VIDEOJORNALISMO


Uma câmera na mão e muitas idéias na cabeça. Eu diria que essa é a autêntica definição do formato "videojornalismo" que, com orgulho, usei pela primeira vez em Vitória/ES. Depois a concorrência pegou o mote e começou a usar com mais agressividade, incluindo a expressão no nome de sua empresa. Conheço vários.

A vertente original veio do jornalismo televisivo em 1990 através de repórteres cinematográficos. O cinegrafista saia sozinho para cobrir as matérias, sem pauta nenhuma, dispensando o repórter e assistente. Assim o resultado das reportagens apresentavam mais autenticidade com a relação de aproximação e intimidade que se criava entre o entrevistado e a câmera. No Brasil, o pai da criança é o jornalista e professor Luís Nachbin que, sozinho, fazia o trabalho de quatro pessoas, ou oito mãos. Ele pensa, pesquisa, filma, faz iluminação, e edita. Um autêntico "handy-man".

Logo em seguida a idéia ferveu na cabeça de um americano que passou a usar a essência da expressão em filmagens de casamento. Era 2001 quando Colbie Porter, um videomaker cansado do padrão tradicional dos casamentos, teve a grande sacada de colocar atributos jornalísticos em suas produções. E assim nasceu o videojornalismo.

Mas como fazer o videojornalismo funcionar em um casamento?
Gravar com toda autenticidade do mundo. Sem forçar a barra para provocar cenas, sem ficar pedindo pra casal posar, sem ficar em cima do cliente. Mas não é uma receita de bolo de fubá. O cinegrafista tem que ter o feeling apurado, buscar fragmentos de momentos e ir construindo uma história original, sem manipulação. E eu diria mais: quem grava neste formato tem que estar despregado do registro oficial do casamento. é como se fosse uma equipe de três cinegrafistas onde um fica livre para registrar. Como não há a necessidade do casal ficar fazendo caras e bocas, a cada dia aumentam os adeptos desta tecnica. O cliente não perde um minuto sequer da festa. Se houver uma interação dos noivos com a câmera, tudo é feito de forma natural, livre de direcionamento.

Muitos fotógrafos dizem que fazem fotojornalismo e utilizam esta expressão erradamente. Quando eles juntam o casal perto da decoração e do bolo e começam a dirigir a cena, já se foi embora toda autenticidade.

O vídeojornalismo para casamento é muito bom pois valoriza os detalhes e o casal pode agir naturalmente durante todo o evento. Então tenha a certeza que não é facil trabalhar assim, onde você tem que ficar a espreita para registrar a melhor cena e capturar pitadas de emoções.
É osso!

Você deve gravar sempre de forma pespojada e descontraída como se estivesse produzindo um vídeo-clipe. Aliás, a própria edição deve seguir esse mote: linguagem clipada. Transmitir a essência do evento de forma sintética e com muita criatividade. No trabalho tradicional, o cinegrafista deve coletar os acontecimentos básios e cronológicos do desenrolar do evento. E a manipulação da cena, forçando a barra para o casal interagir obrigatóriamente com a câmera. Já no videojornalismo o trabalho é dobrado. Deve-se estar sempre de olho no gato e no peixe. Olhou pro gato, gravou, olhou pro peixe, gravou. Tudo espontâneamente.
Pedir pra alguém olhar para a câmera e você filmar é diferente de alguém olhar pra câmera e você filmar. Deu pra entender?


Com uma idéia na cabeça e uma boa edição, pode se criar uma atmosfera dos anos 50 em um casamento do século 21. Foi o que fizemos no casamento de Marcelo Braga.
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domingo, 16 de maio de 2010

TRABALHANDO EM LIVERPOOL

Desde 1996 a Memory Produções Brasil é a escolhida para fazer a cobertura de um dos maiores, senão único, evento beatles do planeta: Beatleweek Festival in Liverpool/UK. Este evento é uma celebração da música e da vida de um dos melhores grupos pop de todos os tempos. Naturalmente só existe um lugar para ser realizado: na sua cidade natal, Liverpool. Durante a semana do evento, que acontece no final de agosto, há visitas feitas por guias, leilões, a convenção anual onde acontecem shows e venda de produtos ligados aos Beatles, tudo num frenesi enlouquecedor em que a cidade mais parece um formigueiro humano.


Granada Television - canal local onde são produzidos programas para a cidade

São mais de 90 bandas do mundo todo que passam 6 dias tocando Beatles, nos 4 cantos da cidade, à partir das 8 da manhã até as 10 da noite. A Memory Brasil acompanha todos os passos da banda capixaba Clube Big Beatles onde, ao retornar ao Brasil, gera um DVD ao vivo de sua tourné. São dias muito loucos, onde acordamos muito cedo, engolimos a comida, corremos muito e trabalhamos demais. Nossa equipe de filmagem vai com 2 pessoas, bem enxuta e afinada, disposta a gravar os 6 shows que a banda faz pela cidade. Mas não nos damos ao luxo de ser apenas cinegrafistas. Somos roudie, distribuidores de planfleto, carregadores de equipamentos e mais um pouquinho. A equipe brasileira é a mais organizada do festival. Inacreditavelmente a banda é a única que possui em seu staff fotógrafo, cinegrafistas, jornalista além de tecnicos de som.


Gravando entrevista após o show da banda brasileira

Um dos momentos mais especiais é quando gravamos no Cavern Club, templo sagrado do quarteto onde a história da música mundial começou a mudar. São 3 lances de andares subterrâneos para se chegar ao palco. Um lugar pequeno, apertado e abafado. Como chegamos cedo para a apresentação, a temperatura do Cavern está em torno dos 25 graus. Com a chegada do público que super-lota o local, a temperatura sobe para uns 50 graus, e é comum nossa câmera sofrer um choque térmico e embaçar tudo, desligando-se automaticamente. Isso acontece como uma proteção automática que o equipamento tem. Com a condensação de água no circuito interno, ela se desliga para não queimar. E não adianta ficar tentando ligar, ela se religa assim que toda a sua mecânica se adequar a temperatura ambiente. Aí os nervos vão à flor da pele, já que posicionamos uma câmera no palco e outra no meio do público e nada pode dar errado.


Literalmente "no osso". É bom gravar no exterior, mas cansa demais.

Mas nem tudo é só rockin'roll. Quando saímos para fazer externas da cidade há uma limpeza mental pois por algumas horas deixamos de ouvir Beatles bombardeando nos ouvidos. Assim saímos colhendo cenas bucólicas de Liverpool, praças, museus, pessoas, curiosidades e por aí vai. Um dos lugares que todo beatlemaníaco deve visitar é o Beatle Story, um museu temático onde vários instrumentos originais do grupo estão em exposição. Até George, Ringo, John e Paul são retratados em bonecos de cera de tamanho original. O registro de imagens é proibido mas como estávamos cobrindo para uma televisão brasileira, fomos autorizados a gravar internamente.


Beatles de cera no museu em Liverpool. Réplica quase perfeita. reparem que os dois bonecos à esquerda parecem estar olhando para a câmera.

O lugar é incrível. Cada cantinho representa uma fase da banda. Ao entrar no museu começamos pelo início da trajetória dos rapazes, com imagens raras de seus primeiros shows no Cavern, na Alemanha, uma réplica do interior de um avião que eles usavam para suas viagens, o ambiente Sargent Peppers, guitarras, piano, roupas, discos, uma alucinação total para os fãs de todo o mundo.


Sargent Peppers Lonely Hearts Club band. A capa do disco retratada em maquete

Para a gravação do DVD da Banda Clube Big Beatles usei a receita de gravação de show postada aqui no blog. Chegamos cedo ao Cavern para gravar a banda sem público. Uma câmera de frente para o palco e outra no palco. Cada música era gravada duas vezes sem público e no show com público mais uma vez. Então na hora de editarmos, tínhamos imagens correspondentes a 6 câmeras por música. Muitas imagens, vários ângulos, tudo agrupado com cenas da cidade, entrevistas do público, bastidores...
Foi incrível encontrar um grupo de paulistas pois estávamos perguntando em inglês e, obviamente, eles estavam respondendo em inglês. Só que um dos entrevistados errou o inglês e em bom português gesticulou dizendo, volta, volta. Rimos demais e descobrimos nossas mesmas origens.


Gravando depoimento na porta do hotel Adelph, local da grande convenção.

Sensação de segurança. Como é bom sentir isso. Afinal você teria coragem de desfilar com um equipamento de filmagens altas horas da noite, por becos escuros, pelas ruas de qualquer cidade do Brasil? Em Liverpool o povo nem te olha. Nunca ví ninguém ser assaltado. É comum vermos jovens sentados em bancos de praça e na grama com notebooks na maior tranquilidade. A polícia inglesa é uma das poucas que não usa armas letais. Apenas cassetetes, algemas e gás. São extremamente simpáticos com os turistas mas ao menor movimemento de confusão, baixam o cassete no bagunceiro. É comum vermos muita briga de jovens. A bebida é um mal dos ingleses e, bêbados, criam confusão entre eles e a porrada come solta. Diferente do Brasil onde a vagabundagem não é macho pois andam armados e atiram à toa, lá a rapaziada sai na mão mesmo. É a primitiva forma de se defender. Enfiando porrada como uma autêntica luta livre. E é aí que a polícia inglesa entra em ação.


Polícia inglesa, sempre presente, sem armas e com muita simpatia. Falou em Brasil, eles dizem: Ronaldo, Pelé!!!

Nesta época do ano o clima na cidade é muito agradável. À noite temos uns 20 graus e ao dia chega a uns 33 graus. Dá pra usar manga curta ou longa que fica sempre tudo bem. Por incrível que possa parecer, gravamos o evento com as Panasonic AG DVC60, uma delas usando uma super wide angle que deu um impacto fantástico as imagens de pontos turísticos da cidade. E como estas câmeras tem a documentação de saida e entrada do país, é com elas que viajamos. São amigas inseparáveis onde quer que vamos, acomodadas nas nossas mochilas de paraquedistas.


Super Wide Angle. Essa lente deixa monumentos e estruturas com uma imagem sensacional

Nas fotos que se seguem você poderá conhecer um pouco da cidade, do nosso trabalho e de momentos especiais que passamos uma vez por ano no país da Rainha Elizabeth. Tudo isso fruto de um trabalho apaixonante que nos permite conhecer celebridades, pessoas comuns, ícones mundiais, viajar por vários países e nos lançar ao status de cinegrafista internacional, vaga pra poucos, mas sempre aberta para quem tem o sonho como primeiro degrau para tudo se transformar em realidade.
Você pode!



O templo sagrado dos Beatles: The Cavern Club, onde tudo começou


Cenas de Liverpool. Albert Dock, de porto abandonado a ponto turístico classe A

Capital mundial da cultura, Liverpool é uma cidade grande com ares de interior

Típico cavalo inglês que puxa charretes. Foi a partir da posição do cocheiro sentar (do lado direito) que o lado do motorista ficou eternizado nos automóveis


Torre da Rádio Cidade de Liverpool, visual privilegiado. Na entrevista, homem que já foi segurança de John Lennon


Os caras e eu. Banda Clube Big Beatles, de Vitória/ES para o mundo.


Catedral anglicana de Liverpool. A mais antiga de todo o Reino Unido



O fundo de palco do lendário Cavern Club. Eu filmei ali


Porta do Cavern com um dos seguranças na porta. O terceiro lugar mais fotografado do reino Unido. Só perde para o Big Ben e para a Ponte de Londres. Eu fotografei ali.


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TRANSMISSÃO SEM FIOS


Como consigo fazer uma transmissão ao vivo sem fios durante um evento? Simples.
Todo o processo não tem muito mistério. É fácil e os equipamentos são encontrados em casas especializadas em sistemas de segurança e ainda no Mercado Livre. E não são caros como parece. Se bem trabalhado, você pode criar um grande diferencial em seus serviços. E colocar um over price no orçamento final. Tive a oportunidade de ser contratado para gravar e transmitir via web uma festa dos Anos 80 que acontece todo ano numa casa noturna chamada Blow-Up. Como já tinha todo o equipamento pois faço transmissão ao vivo para telão, enviar imagens pela internet não teve nenhuma complicação. Como não trabalho com Web Streaming, uma empresa de internet foi contratada para anexar ao site da casa noturna um player de vídeo para que internautas de todo o mundo pudessem assistir a festa. Coube a minha produtora disponibilizar o sinal de áudio e vídeo para a transmissão.


Pequeno e discreto, o transmissor fica preso na base do tripé.

Bom, junto a um kit de transmissão wireless baseado em sinal de microondas, instalei o equipamento a uma câmera Sony PD170 que tem boa sensibilidade a ambientes com pouca luz além da grande angular que faz uma grande diferença quando se tem um ambiente apertado e cheio de gente. O kit consiste em 01 transmissor 2,4 Ghz (que fica na câmera conforme a foto acima), 01 receptor digital com saída de áudio e vídeo, além de 01 bateria 12v tipo tijolinho que é ligada ao transmissor preso a câmera. O receptor é 110v e como normalmente fica junto a um projetor ou, no caso citado, junto ao PC, é simplesmente ligado a uma tomada 110v. Um detalhe importante é que sistemas de transmissão por microondas tem 2 inconvenientes: primeiro, esquenta muito, por isso prendi no tripé que acabou funcionando como dissipador de calor, e segundo, uma antena deve "ver" a outra, senão o sinal pode ter falhas e chiados.



Esse é o kit de 2,4Ghz/1000 metros que atende bem a um cerimonial de tamanho médio

Uma das soluções encontradas foi colocar o receptor, que ficou junto ao PC (ao lado do DJ) numa posição alta onde não encontrasse obstáculo nenhum a frente. Claro que uma coluna ou outra não tem problema algum, principalmente porque o modelo que eu uso tem alcance livre de 1000 metros e a casa noturna deve ter uns 400 metros quadrados. Então o sinal de áudio e vídeo foi lindo, leve e solto para os computadores conectados ao site da Blow-Up. Todo esse conjunto me custou pouco mais de R$ 200, além de R$ 70 da bateria 12v 07ah. Um investimento mínimo para um resultado surpreendente.


Antena Setorial ABT Plus de 12dB. Mais capacidade de receber sinal do transmissor

Caso você precise cobrir uma área maior ou até transmitir de um andar a outro, sugiro que adquira uma antena setorial de 12dB que, por ter maior potência, consegue receber facilmente o sinal de seu transmissor colocado na câmera. Essa antena custa, em média, uns R$ 60. Como sua sensibilidade é maior, paredes deixam de ser obstáculos para a transmissão.


Vamos imaginar agora que você pretenda transmitir ao ar livre, como por exemplo, num campo de futebol. Minha sugestão é usar o kit de transmissão para 2000 metros. Note na foto acima que apenas o que muda é o tamanho do transmissor, mais robusto, e com as mesmas características do menor, esquentando muito. Mesmo possuindo dissipadores de calor nas laterais, sugiro que não fique encostado na câmera e muito menos no corpo do cinegrafista. O valor deste kit fica na casa dos R$ 450, pouco para o custo final de um orçamento para transmissão ao vivo.

E, de posse de um equipamento desses, fica por conta a criatividade do cinegrafista. Pode-se criar um "Live package" ou "Pacote ao vivo", onde pode-se oferecer desde uma transmissão de um casamento via internet para outras cidades ou países, acompanhar a chegada do casal com o carro de fora do cerimonial e o sinal sendo transmitido por um telão na festa (com direito aos noivos falando ao vivo com os convidados), até grandes eventos como shows e esporte enviando sinais de audio e vídeo a televisores e projetores instalados em salas vip.

Mas seja prudente. Teste tudo antes de transmitir "valendo" pois cada local tem suas interferências próprias e seus obstáculos. No mais é aproveitar a tecnologia cada vez mais barata e acessível e incluir um up-grade em seus serviços. E ficar online!

Imagens que foram gravadas e transmitidas sem fio para web em evento na boate Blow Up

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sexta-feira, 7 de maio de 2010

INOVAR SEMPRE


Memory Produções Brasil no começo. Já pensando em ser diferente.

Algumas pessoas responderam a essa pergunta. Leia as respostas e veja aonde você se encaixa.

"Inovação é criar soluções viáveis para problemas que ninguém enxergava antes." Daniel Edmundson.
"É quebrar a forma convencional de fazer algo, com vantagens que façam essa mudança ser inevitável." Marcelo Eduardo.
"É a capacidade de surpreender, seja pela forma, pelo conteúdo ou pelo valor agregado". Daniel da Hora.
"É fazer antes o que os outros vão copiar depois". Bruno Queiroz.

Para o meu caso, eu ficaria com as duas últimas frases. Tem tudo a ver comigo. Lembro como se fosse hoje. Era 1984 e eu iria me casar. Trabalhava na TV em escala e o tempo que me sobrava era gerente de um videoclube que alugava fitas VHS, uma das duas locadoras que existiam em minha cidade na época. Um dos serviços da empresa, que se chamava Video Garden, era filmar casamentos. O proprietário, o lendário Raul Tremendão, foi músico da jovem guarda e fazia parte do conjunto que acompanhava Erasmo Carlos. Entre suas recordações, muitas fotos íntimas do grupo com os protagonistas daquela geração, como Roberto Carlos, Vanderléia, Martinha, Renato e seus Blue Caps entre tantos outros. E foi esse cara que filmou meu casamento. De 1984 pra cá, já se passaram mais de 25 anos e o registro de meu casamento ainda é completamente atual. Fruto da criatividade e inovação de um dinossauro do ie-ie-ie. Toda a vez que assisto ao meu vídeo, vejo que toda a visão poetica dele ainda se torna nova e surpreendente. E é assim que procuro fazer nos dias de hoje.
Lembro que, já como cinegrafista e com minha produtora montada, ficava imaginando novas formas de encantar meus clientes. Foi quando introduzi o trailer de filme nas minhas produções. Claro que naquela época não tínhamos a facilidade do Google para pesquisar o que os outros estavam fazendo, éramos mais acertivos do que meros copiões. Logo em seguida, quando começaram a aparecer as câmeras compactas, mais uma sacada me veio de bate-pronto: gravar a reação dos noivos dentro do carro onde a emoção está borbulhando no mais novo casal. E foi botar em prática e o sucesso estava feito. Todo trabalho pronto eu apresentava a equipe da TV para ouvir suas opiniões. E sempre que eu achava perfeito, cada um tinha mais um ingrediente a acrescentar. Naquela época onde os movimentos de câmeras eram lentos e singelos, já tinha doido que me sugeria colocar as imagens em "speed", tudo rapidinho. Como a TV não usava ainda desse recurso, o cliente não entendia e achava que era um defeito. Hoje é efeito!

E como num frenesi incessante, assistia inúmeras vezes o mesmo trabalho, procurando trazer algo que pudesse acrescentar de novo em algo que já era de vanguarda. E passamos a colocar depoimentos do casal nos vídeos, algo bem espontâneo, cada um falando para a câmera como se ela fosse o outro. E estava criado mais uma forma de mostrar os extremos da emoção. O coração de cada noivo num flagrante pré-nupcial.
Hoje me surpreendo quando vem um cliente indicado por outra produtora que não mais tem a data e apresento meu portfolio. Quando eles vêem cenas como a câmera dentro do carro ou um depoimento do casal à porta da igreja, olham pra mim e dizem: "Você faz igualzinho ao trabalho de fulano...". Confesso que por umas três vezes eu contava toda essa história para o casal, dizendo que quem idealizou e implantou esse formato, até então inédito, estava diante deles. E podia ler por entre a troca de olhares deles seus pensamentos, tipo "quem esse cara pensa que é?"......ou......"tá se achando". Então deixei o discursso de lado e passei apenas a ouvir, e engolir.

Quando eu tinha meus 7 anos de idade, meu pai trazia um monte de caixas de papelão e embalagens vazias para casa pois sabia que eu adorava montar miniaturas de casas e cidades com elas e brincar junto com meu irmão. Eu tinha uma coleção de bichinhos de plástico, tipo urso, gato, cachorro, porque em 1968 não existiam os videogames e a diversão infantil era muito diferente das gerações futuras. Então, montada a cidade de papelão, ficava horas brincando com os tais bichinhos e fazendo vozinhas para cada um deles, igual desenho animado. Anos se passaram e já na minha fase adulta e empresarial, ao editar um aniversário infantil e vendo o aniversariante de 4 anos abrir seus presentes e começar a brincar com um caminhãozinho no chão do cerimonial, minha mente voltou um século atrás (rs) e me vi naquele chão, com aquela criança. Eu me via empurrando o caminhão, fazendo o barulho do motor com a boca e colocando toda a minha coleção de bonequinhos na caçamba, e cada bonequinho conversando entre si, cada um com sua voz personalizada, fazendo daquele piso uma verdadeira estrada, e na embalagem aberta a garagem do brinquedo. Os olhos se enxeram de lágrimas e aí veio outra fascinante idéia. Dar vozes aos trechos de desenhos animados que inseríamos nas filmagens infantis. E assim explodimos no mercado, filmando e produzindo niver de terça a domingo e fazendo dublagens de trechos de desenhos para rodar no dia da festa. E não era qualquer voz. Procurava ao máximo buscar a semelhança do timbre de voz de cada personagem, assim tinha a maior facilidade de imitar o Mickey, o Pateta, o Scoobydoo e o Salsicha e mais outros tantos. E meus dois filhos que hoje atuam comigo, também herdaram o sangue do pai e também fazem suas imitações com perfeição que quase não se percebe a cópia do original.

Claro que com esses upgrades e talentos inseridos, o preço do nosso produto é mais elevado que o da concorrência. E nem todos fecham. Se apaixonam pelo trabalho mas nossos valores não cabem em seus orçamentos. E assim saem em busca de outro que possa atender dentro do tamanho de seu bolso. E que possam fazer da forma de fazemos! Assim vão aparecendo mais produtoras clones, ou cópias mesmo, que pegam sua idéia e as vendem como se fossem deles. Verdadeiros "chinguelingues paraguaios" que acabam penetrando no mercado, e que num mundo globalizado que gira, gira, e gira, volta ao criador que se surpreende com a pergunta: "Ué, você tá fazendo igualzinho ao fulano, né?".
Ossos do ofício.

Eu nunca vou criar algo, ou melhorar o que já existe, pensando que irá se perpetuar, ficar perfeitinho do jeito que eu produzi. Sei que terei "efeitos colaterais". Efeitos esses que se resumem a ser copiado descaradamente por concorrêntes que ficam na próxima esquina que a sua. Aproveito esses "efeitos colaterais" para buscar mais inovação e mudar meus patamares de competitividade, sempre, de forma contínua e sistematica.
Esse é custo pra quem quer estar sempre na vanguarda. Como meu amigo Raul Trermendão!
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quinta-feira, 6 de maio de 2010

TESTE SLIDER SCORPION


Nosso teste motion foi feito em cima de uma mesa de mármore

Estou com o Slider da Scorpion para um "test motion". Para quem não conhece, o Slider é um equipamento de estabilização de imagens muito útil para produção de VTs, programas de TV e detalhes de produtos onde o close em movimento é o grande destaque. O modelo disponivel para o nosso teste tem 1,25m, um dos maiores da categoria, já que abaixo dele ainda tem de 0,90m e 0,60m. O Slider é feito para trabalhar no chão, em cima de mesa ou fixado a dois tripés. No meu caso eu posicionei-o sobre uma mesa de mármore para gravação de alguns porta-retratos sobre um balcão.

O resultado final das imagens foram surpreendentes e com criatividade pode-se explorar novos planos

O deslizar do carrinho é suave e sem nenhuma vibração. As imagens registradas ficam com um belo aspecto de travelling. Todo em alumínio, o Slider pode ser transportado facilmente dentro do set devido ao seu pouco peso. Toda estrutura sem o carrinho pesa um pouco mais de 1kg. O carrinho, sozinho, pesa uns 2 kg. Ele é totalmente desmontável e cabe em qualquer porta-malas de um automóvel. Para o teste utilizamos uma câmera da Sony com peso aproximado de 3 kg, mas toda a estrutura suporta câmeras de até 5 kg. e esse é um grande diferencial. O Slider trabalha desde as handycams até as betacams.

Deslizar suave, sem vibrações e ótima estabilidade

O carrinho, todo em madeira, alumínio e emborrachado tem o peso equilibrado para deslizar nos trilhos. Aqui colocamos uma cabeça Manfrotto (não acompanha o modelo) substituindo uma genérica que vem com o equipamento.

Esse teste foi feito usando a camera em paralelo com o Slider, mas pode-se usar no sentido dos trilhos, em ângulo de 45 graus e muitas outras posições, sempre no limite onde o carrinho não saia dos trilhos. O novo comercial de um automóvel da marca Hyundai foi todo gravado com o Slider e uma câmera fotográfica Canon EOS 5D Mark. A grande sacada do diretor do comercial foram os posicionamentos incomuns do slider. Fizeram um suporte de ventosas na base do Slider e colocaram o equipamento na frente do carro. Então temos a imagem do deslocamento do veículo e do deslocamento da câmera de um farol a outro. Sem falar que a mesma receita foi aplicada na lateral do carro, traseira e até na parte interna, onde a câmera sai de trás da cabeça do motorista e se posiciona no lado do carona.

Uma visão de cima do Slider. Movimentos perfeitos.

Trilhos extremamente leves e totalmente desmontáveis.

Embaixo do suporte dos trilhos o Slider possui 4 pés emborrachados com regulagem de altura, permitindo que o usuário ajuste e corrija eventuais desníveis no piso. Outro acessório útil é a trava de estabilização que não permite que o Slider torça e se desconfigure. Abaixo você poderá assistir a um pequeno vídeo do Slider Scorpion Poison Series em ação. Uma câmera fora do Slider mostra o equipamento trabalhando, a outra câmera no Slider mostra a cena gravada por ela. As conclusões finais ficam por sua conta.

ASSISTA AOS VÍDEOS E VEJA COMO FICAM AS IMAGENS



NOSSO SLIDER SCORPION EM AÇÃO!


NO VÍDEO ACIMA O SLIDER UTILIZADO NUMA PRODUÇÃO JAPONESA. DEMAIS.

O valor do Slider importado é de cerca de U$ 2.200, sem impostos. O nosso modêlo sai por R$ 1.000,00 que é facilmente diluido em apenas uma produção de VT. O retorno é rápido, fácil além de ser um grande diferencial para produtoras e videomakers independentes. E um incentivo a criar novos ângulos e posicionamentos de imagens que farão a concorrência ser irrelevante.
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● Quem está aqui agora

● Estamos chegando a 2 milhões de acessos!

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